Precipitações
Chuva causa impactos pela região
Acúmulo de chuvas chega a 80 milímetros em Pelotas e causou estragos em municípios vizinhos
Jô Folha -
De acordo com dados registrados pelo Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, nas últimas 24 horas o acúmulo de chuvas chegou a 80 milímetros. Somado aos números do mês, ainda segundo o Agromet, o acumulado chega a 190 milímetros. O volume (somente desta semana) ultrapassa a média histórica mensal para abril (cerca de 112mm).
Segundo o coronel Márcio Facin, coordenador regional da Defesa Civil, com a precipitação da semana o órgão ainda está monitorando a região e recolhendo dados sobre possíveis ocorrências. "Estamos em alerta, porque com a quantidade expressiva de água alguns problemas como alagamentos, pontes imersas e casas destelhadas já foram registrados". Além disso, Facin conta que as equipes municipais da Defesa Civil foram acionadas e conseguiram resolver as situações pontuais, não sendo necessária a atuação da Defesa regional.
Em Pelotas, foram notificados o destelhamento de duas casas, uma no Laranjal e outra na Vila Castilho, e a queda de um poste na Cohab Tablada. A equipe da Defesa Civil forneceu lonas para cobrir as residências. Além disso, segundo a prefeitura, as linhas Rincão do Andrade e Grafite, do transporte rural, precisaram ser suspensas ou alteradas. Na região urbana, as linhas Passo do Salso e Gotuzzo Circular também foram suspensas.
Outras cidades da Zona Sul também sofreram danos. Ainda de acordo com a Defesa Civil, em Santana da Boa Vista, nos arredores de uma residência próxima ao rio Camaquã, na zona rural do município, foi notificada a possibilidade de invasão de água. A equipe municipal do órgão foi até o local, mas o morador, que é idoso, não quis abandonar sua casa.
Segundo a prefeitura de Santana da Boa Vista, com as últimas chuvas o volume do rio Camaquã, que fica na divisa com Piratini, aumentou consideravelmente, mas até o momento não foi necessário fazer o realojamento dos moradores da região. Em Pinheiro Machado uma família precisou ser realocada em função do mau tempo. Até o fechamento desta edição, o Executivo pinheirense não soube dar mais detalhes.
Cenário rural
Além da mobilidade urbana, as precipitações também afetaram a agricultura da região. Conforme aponta o engenheiro agrônomo da Emater, Evair Ehlert, um volume expressivo de água pode paralisar as colheitas. "As chuvas paralisam imediatamente a colheita do arroz e da soja, as máquinas não podem entrar, ocasionando um atraso. Nas hortaliças, um solo muito úmido pode gerar doenças no alimento, diminuindo a qualidade do produto final", relata. Apesar do cenário negativo, ele comenta outros aspectos. "Dentro da pecuária, esse volume não causa grandes efeitos, mas para estiagem são extremamente importantes chuvas como essa".
O motivo das chuvas
Segundo a meteorologista Eliane Alves, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPMet-UFPel), o que está causando o grande volume de precipitações é uma frente fria que estacionou no Estado. "A tendência é que ela vá embora e fique mais no Norte do Estado. Além disso, a tendência é que nos próximos dias já tenhamos uma diminuição nas chuvas e mais estabilidade na região", diz.
Acumulados registrados segundo o INMet:
Camaquã: 57,8mm
Canguçu: 89,6mm
Jaguarão: 20,2mm
Pelotas: 80,6mm
Rio Grande: 63,4mm
Acumulados registrados segundo o Cemaden:
Camaquã: 68mm
Pelotas: 116mm
São Lourenço do Sul: 147mm
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário